O jejum que agrada a Deus

O JEJUM QUE AGRADA A DEUS:

A Campanha da Fraternidade no coração da Quaresma

Por Bruno Henrique dos Santos *

“O jejum e a abstinência que praticamos,

quebrando nosso orgulho,

nos convidam a imitar vossa misericórdia,

repartindo o pão com os necessitados”.

(Prefácio da Quaresma III)

Chegamos ao Tempo da Quaresma, no qual somos convidados a estreitar os laços de amizade com Deus e com os irmãos por meio da caridade, da oração e do jejum. Vejamos: não só com Deus, mas também com os irmãos. Assim nos ensinam as Escrituras: “Aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão” (1Jo 4,21). É neste horizonte, ou seja, no coração da Quaresma, que a Igreja no Brasil propõe a Campanha da Fraternidade (CF), que neste ano tem como tema Fraternidade e Fome e como lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).

A CF não é, pois, algo estranho, imposto para confundir os fiéis nas práticas quaresmais. Ela é um convite para vivermos a Quaresma “em espírito de conversão pessoal, comunitária e social” (Texto-base, p. 6). Sem a compreensão que ela nos convida a assimilar, nossa espiritualidade pode se manchar com a nódoa da mentira: “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso” (1Jo 4,20).

Entre as práticas quaresmais, o jejum se relaciona, de modo especial, com a temática deste ano. Com efeito, através dele somos convidados a crescer na consciência de que tudo, nossa vida e o que é necessário para ela, nos vem da gratuidade de Deus. Por outro lado, experimentando a fome voluntariamente, faz-se urgente perguntar-nos sobre a realidade daqueles que são privados, constantemente e sem escolha, do alimento necessário para a sua subsistência. A privação a que nos submetemos deve nos levar ao encontro com o outro, conforme o exemplo de Jesus, que  “não foi incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, uma vez que ele mesmo foi provado em tudo como nós, exceto no pecado” (Hb 4,15). O jejum que não se preocupa com o outro não é verdadeiro e desagrada a Deus. Escutamos das Escrituras a palavra decisiva: “Por acaso não consiste nisto o jejum que escolhi: […] em repartires o teu pão com o faminto?” (Is 58,6.7).

Enfim, a partir disso, interessa-nos propor o problema da fome também no ambiente das políticas públicas, porque o desconhecimento da dignidade integral da pessoa pode “gerar toda uma conjuntura que faz com que a pessoa em situação de fome esteja em menores condições de participação, como se fosse indigente, invisível” (Texto-base, p. 15). A CF é anúncio e denúncia. Anunciamos fraternalmente, desde o encontro do nosso coração com o Evangelho: eis o tempo de conversão!

* Bruno Henrique dos Santos

Seminarista do 2º ano de Teologia, faz atividade pastoral na Paróquia São João Batista.

Publicado em: 22 fev. 2023

Quem Somos

A Paróquia São João Batista foi instalada em 14 de outubro de 1968, no  entanto,  teve  seu  primeiro  pároco  nomeado  apenas  no  ano seguinte,  Cônego  Antônio  Borges  Serra.  Já  na  década  de  1970, a comunidade precisou se empenhar na construção  de  uma  nova igreja matriz, dado que a existente não comportava muitas pessoas. Depois da inauguração da nova matriz São João Batista, a  primeira passou  a ser  denominada Capela Nossa Senhora  de  Fátima. Devido à grande dimensão territorial e ao aumento da população, a Paróquia São João Batista cedeu território para a criação  da Quase-paróquia São Silvestre em 1987 e para a criação das paróquias São Francisco de Assis e Maria Auxiliadora dos Cristãos em 1995. No início dos anos 2000, a igreja matriz foi reformada e ampliada, sendo dedicada em 21 de dezembro de 2006.  Cônego Borges, que foi pároco por vinte anos,  teve seus restos mortais transladados para a Igreja Matriz, onde encontra-se sepultado desde 2008.  A Paróquia São João Batista celebrou seu Jubileu de Ouro em 2018.

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